30.12.12

Aproxima-se o momento e sinto necessidade de escrever a última carta, pelo menos este ano, para ti. Nunca dei muito valor ao Ano Novo e tu sabes bem. Ou melhor, o valor que dava nunca era em pensar no ano seguinte como um ano para mudanças e reflexões, mas sim para festas. Este será diferente. Definitivamente. Tudo o que durante muito tempo quis escapou-me pelas mãos e percebi, finalmente, que não vale a pena remar contra a maré... O que tem de ser será! Este ano não foi o pior da minha vida mas dos piores. Percebi que lá por uma amizade ser longa não significa que seja verdadeira e que muitas vezes as pessoas vêm a nossa sinceridade como uma ofensa ao seu "mundinho". Não têm capacidade para ver mais além e por isso ao privarem-se das opiniões construtivas dos outros acabam por nos privar, a nós também, de sermos de certa forma verdadeiros. Percebi também que os namoros fazem parte e que nunca podemos dar como garantido alguém para o resto da vida. Como costumam dizer: quando pensamos que temos todas as respostas vem o tempo e muda todas as perguntas... Verdade mais verdadeira que esta não há! Pensava que éramos diferentes, que tínhamos uma relação sólida e que nada a podia abalar, nem o pior sismo. Afinal, bastou uma pena para tudo desmoronar. Mas tudo bem, em frente é que é o caminho.
Sem dúvida que estes dois problemas foram os que mais me marcaram pela negativa este ano. Mas como tudo na vida também ouve o lado bom no que toca a não confiar demais, entregar demais, dar demais e esperar de menos. Acredito que devemos ser reciprocos no que damos e esperar pelo outro, porque muito sinceramente, dar sempre e não receber nada passado algum tempo magoa e destrói completamente o nosso ego. 
De resto tudo correu bem, foi um ano de mudanças que não esperava e reconstruções do meu ser que à muito foram esquecidas. Preciso de ti, bastante, e tu sabes melhor que ninguém isso. Mas eu também preciso de mim e preciso de me querer antes de tudo e todos e tu roubaste-me todas as defesas no dia em que me deixaste. Não te quero guardar com mágoa, embora goste de ti, mas é inevitável. E como acho que mereces um pedido de desculpas também da minha parte, aqui vai: Desculpa! Desculpa por todas as vezes que não disse o que querias ouvir, por todas as vezes que te dei o meu silêncio como companhia, por todas as vezes que não fui a pessoa que precisavas! Desculpa também por ter de certo forma marcado a tua vida e a tua essência e por, passado ainda tanto tempo, os nossos caminhos se cruzarem - embora eu não tenha culpa. E, por favor, sê feliz! A maior alegria que me podes dar, a seguir a não estares comigo, é seres feliz! Seres a pessoa independente e lutadora que sempre foste. Tu mereces. Precisas. E espero que me guardes no melhor lugar que tens: o teu coração, porque de lá ninguém jamais me poderá tirar. Farei o mesmo, não só pelo que tivemos mas pelo que me deste: confiança! Porque ganhar confiança em nós mesmos e nos nossos passos é óptimo, mas ter-mos alguém do nosso lado todos os dias a dar força e apoio é ainda melhor, e tu foste incansável. Bom Ano e que os erros deste sirvam como lições para o que vem... Para sempre tua.

6 comentários:

martasousa disse...

:)

Emanuela disse...

meu deus... isto fa tanto sentido para mim. está lindo!

'marta. disse...

obrigada!*

Branca de Neve disse...

muito obrigada!*

"quando pensamos que temos todas as respostas vem o tempo e muda todas as perguntas" é por isto mesmo que nunca podemos dar nada como garantido...

RV disse...

Obrigada querida * Feliz ano novo*

Adriana disse...

é a minha escritora favorita :p