liberdade de expressão

"Aprendi a ler nos teus olhos tudo o que a tua boca, por medo e agonia, escondia de mim. Nunca percebeste, ou se calhar nunca sentiste, que quando se gosta de verdade o tempo e as circunstâncias não contam. E, por isso, peço-te que não sofras assim, dessa forma penosa que de todas as vezes me arranca e despedaça mais o coração. Tu não tens culpa de nada, eu é que te amo. Amo-te tanto que era capaz de voltar a fazer o mesmo, a escolher-te de uma forma ingénua e cuidar de ti com toda a dedicação que sempre mereceste. 
Ser sincero também implica saber mentir nas ocasiões certas e, nem sempre, mentir é sinónimo de não desejar dizer a verdade e assumir de vez tudo o que pensa e lhe perturba. De facto, por vezes utilizamos isso como escape a magoar alguém. A verdade dói tanto como um apunhalo nas costas, e isso sei eu bem... oh se sei. 
Tenho de te ser franca agora : tudo correu mal ! Percebi que tanto eu como tu queríamos fazer isto valer a pena e, portanto, forçamos algo que de nada valeu. Queríamos juntar os nossos corações e prender as nossas almas no mesmo destino. 
A vida passou por nós demasiado rápido como numa explosão de liberdade total. Ao menos, não podemos-nos arrepender de não ter aproveitado tal. Fizemos o que quisemos e gozamos ao máximo o que nos deram. Provavelmente isto que se está a passar agora, é uma paga da nossa inconsciência ambulante e de tudo o que deixamos por dizer dando lugar a actos implícitos ! 
De tanto querermos, obrigamos duas pessoas completamente diferentes, dois corpos parcialmente incomodados e duas almas, de uma certa forma, com ideias diferentes, prenderem-se numa vida que não a que queriam e desejavam. E, acho que neste momento só o tempo é capaz de resolver tudo o que ficou em aberto, bem como o que ainda sentimos um pelo outro."